ABRIL VERDE 2021
O mês de abril foi adotado como mês de conscientização sobre a prevenção de acidentes e doenças relacionados ao trabalho em razão de duas datas importantes: Dia Mundial da Saúde (7) e Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28).
O dia 28 de abril foi instituído por iniciativas de sindicatos canadenses e escolhido em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. No Brasil, em maio de 2005, foi sancionada a Lei 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Já o Dia Mundial da Saúde foi criado em 1948. A data tem como objetivo conscientizar a população a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde.
Neste ano de 2021, considerando que a pandemia de COVID-19, além dos danos físicos, também tem ocasionado muitos danos à saúde mental da população e, principalmente, dos profissionais de saúde envolvidos diretamente no combate à doença, a Vigilância em Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde de Balsa Nova optou por abordar o seguinte tema:
“Saúde mental: a necessidade de autocuidado pelos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19. ”
No decorrer do mês de abril serão divulgadas, semanalmente, orientações sobre AUTOCUIDADO em relação à saúde mental dos profissionais dos serviços de saúde envolvidos na resposta à COVID-19.
Apesar do foco ser dado a estes trabalhadores, recomenda-se que todos adotem essas práticas, pois as doenças mentais são responsáveis por um número cada vez maior de profissionais afastados de seus postos de trabalhos.
A concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devido a transtornos mentais e comportamentais bateu recorde em 2020, somando 576,6 mil afastamentos, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho — uma alta de 26% em relação ao registrado em 2019. O aumento indica o efeito da crise do coronavírus sobre a saúde mental dos trabalhadores, na avaliação de especialistas (https://oglobo.globo.com/economia/afastamento-por-transtorno-mental-dispara-na-pandemia-24862153, de 31/01/2021).
Impactos na saúde mental dos profissionais da saúde durante a pandemia da COVID-19
A situação atual da pandemia pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) é uma experiência inédita aos brasileiros. A população se vê em um momento delicado em que se deve combater algo transmissível, invisível e que só saberá se estará realmente segura após adquirir imunidade. Por conta desse estresse crônico, é natural que as pessoas apresentem sofrimento psíquico e transtornos mentais relacionados ao estresse.
Esses efeitos também são percebidos entre aqueles que têm a função de cuidar da saúde das outras pessoas: os profissionais da saúde. Além destes fatores, eles também adquirem os efeitos adversos da pandemia, amplificados pelo fato de irem na contramão do distanciamento social por terem que trabalhar em serviços essenciais, que os expõem a ambientes com altos riscos de contaminação da COVID-19.
Os profissionais dessa área, como enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e técnicos de enfermagem, por trabalharem em contato direto com pacientes e seus fluidos, estão entre os mais vulneráveis à infecção da COVID-19. Isso ocasiona estresse e pressão psicológica por causa da possibilidade de se infectar e espalhar o vírus para seus próprios familiares, colegas de trabalho e até mesmo pacientes.
Essas situações extremamente estressantes podem levar a desenvolver sofrimento mental em diversos graus e de formas diferentes nesses trabalhadores. Quando essa aflição passa a ser muito grave a ponto da pessoa apresentar sofrimento significativo e/ou impacto na vida diária, podemos pensar então em transtornos psiquiátricos, como depressão, transtorno de ansiedade, transtorno do estresse agudo, transtorno do estresse pós-traumático, entre outros.
O sofrimento mental desses trabalhadores pode levar, ainda, a uma maior quantidade de erros, demora no tratamento por falhas de comunicação na equipe de saúde e afastamento desses profissionais dos seus respectivos locais de trabalho.
Mesmo em um momento mais estressante do que o normal, em que se sabe da existência de sofrimento psicológico, ainda é difícil para esses trabalhadores procurarem a ajuda de familiares, amigos ou colegas de trabalho para lidar com as dificuldades de saúde mental que estão passando. Uma das razões mais comuns são o estigma e o medo referentes a um possível dano futuro à carreira profissional. Eles também são mais relutantes em buscar ajuda profissional especializada, como psicólogos e psiquiatras, o que pode gerar maior sobrecarga do sistema de saúde, por uma queda de desempenho dos profissionais adoecidos.
Não suficiente, existem outros estressores importante, sendo eles: a inexistência de um tratamento específico para a COVID-19; o foco no cuidado paliativo dos pacientes; as incertezas quanto ao quadro geral do país; o sofrimento dos pacientes e familiares; o Burnout recorrente da profissão e a culpa de situações fora de seus controles, como a perda de pacientes para a doença.
Além de todas essas dificuldades, há um espectro muito vasto da percepção que os profissionais da saúde podem receber da população, que pode variar entre uma reprovação social, por causa do contato que eles têm com os pacientes contaminados, o que, consequentemente, os veem, também, como possíveis vetores, se contaminados, até a aclamação de super-heróis que não falham, não desistem ou não ficam doentes. Em ambas as situações esses profissionais são prejudicados, já que os cidadãos não os enxergam através de uma visão humanizada e pela falta de empatia em relação à situação estressante que vivenciam no trabalho.
Fonte:www.informasus.ufscar.br/impactos-na-saude-mental-dos-profissionais-da-saude-durante-a-pandemia-da-covid-19/,de 15/09/2020.
Fique atento e acompanhe as orientações que serão divulgadas nas redes sociais da Prefeitura Municipal de Balsa Nova!